quarta-feira, 21 de maio de 2008

O DNA e os nutrientes da força das marcas

Na semana passada, em Brasília, tive a oportunidade de participar de uma festa que comemorou os 200 anos da marca Correio Braziliense. Um fato raro em nosso mercado, dentro do qual conta-se nos dedos as marcas tão longevas, como esta e a do Banco do Brasil. A ocasião foi excelente para se fazer algumas reflexões sobre o DNA e os nutrientes da força das marcas, pois elas não apenas necessitam de uma boa e relevante gênese, como dependem essencialmente de serem nutridas com propriedade e constância.

Na sua origem, o Correio Braziliense foi fundado por José Hipólito da Costa no ano de 1808, em Londres, e era enviado clandestinamente ao Brasil nos porões dos navios mercantes. As dificuldades eram imensas, mas o ideal da missão jornalística fez com que essa marca se transformasse em símbolo da imprensa livre.

No dia de inauguração de Brasília, em 1960, a propriedade do nome e os ideais do empreendimento foram resgatados por Assis Chateubriand e a organização Diários Associados, que lançou um novo jornal na nova cidade, gradativamente se transformou em um dos órgãos mais relevantes não apenas para a Capital da República, mas para todo o Brasil.

Assim, à denominação plena de significados e à belíssima memória da marca Correio Braziliense somou-se a nutrição permanente do bom jornalismo, do arrojo comercial, da alta qualidade gráfica e de impressão, da constante prestação de serviços à população – consubstanciando essa marca líder de nossa imprensa e mídia.

Falando na ocasião, José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal, fez grandes elogios ao jornal e traçou um paralelo de sua marca com Brasília, que definiu como “marca” não apenas de uma nova cidade, mas sim de um novo Brasil – desde então mais voltado à totalidade de seu território e de sua gente, modificando a secular tradição de se governar fundamentalmente para as elites, fato que nem mesmo a República Velha havia conseguido modificar de forma essencial e que demandou os imensos esforços de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, dois homens do povo e de fora do centro do poder, para começar seu processo de efetiva transformação.

O vice-presidente José Alencar, rememorando seus tempos de empresário, elogiou não apenas a qualidade de difusor de marcas do Correio Braziliense, como de seu “irmão”, no Condomínio Associados, Estado de Minas; e falou de forma entusiasmada do momento que o nosso país vive, da imensa força presente e potencial da “marca” Brasil e do presidente Lula, a quem comparou com Pelé em termos de “marca” difusora dos méritos da brasilidade e dos brasileiros que superaram os mais duros obstáculos para se transformarem em exemplos mundiais de inteligência e perseverança.

A lição é clara: tanto Correio Braziliense como Brasília tiveram uma gênese muito adequada e relevante a seus propósitos, mas só se transformaram em realidade porque foram adequada e constantemente nutridas; por sua vez, Brasil, Pelé e Lula são “apelidos” simplificadores que adquiriram relevância de marca e foram gradativamente conquistando significados derivados de sua performance real, consubstanciando, de fato, marcas de sólido significado e extraordinário valor – como País, como esportista e como líder.

Fonte: Portal da Propaganda

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