quarta-feira, 26 de março de 2008

Indústria de comunicação movimenta R$ 54 bilhões

A indústria de comunicação teve uma receita de R$ 54 bilhões em 2005 - incluindo aí assinaturas de jornais, revistas e TV paga. Essa verba é 24,62% maior do que a de 2004, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda em 2005 existiam 14.636 agências de publicidade no País e 8.852 empresas de serviços especializados. Os dados foram divulgados ontem durante a apresentação do IV Congresso Brasileiro de Publicidade, confirmado para os dias 14 e 16 de julho, em São Paulo. A última edição do congresso ocorreu em 1978 e resultou na criação do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar). O evento volta a ser organizado num momento de profundas transformações para a publicidade brasileira, seja em virtude do modelo de negócios, seja pela maneira de criar e distribuir conteúdos, reflexo das novas tecnologias.

"Não se pode negar que a propaganda brasileira passa por uma fase de mudanças e adequações", comenta Nizan Guanaes, sócio do Grupo ABC de Comunicação. "É preciso determinar regras claras para a publicidade nacional e, principalmente, fazer com que ela seja vista como uma indústria", continua o publicitário.Guanaes se refere à relação anunciante-agência, presença dos grupos internacionais no Brasil e negociações de mídia - assuntos que serão debatidos durante o congresso, entre muitos outros. "O objetivo é fazer uma discussão ampla de todo o setor e delas tirar conclusões sobre quais são as melhores práticas para organizar o mercado publicitário brasileiro", afirma o presidente do Congresso, Dalton Pastore.

A necessidade de haver "regras claras para o setor", como dizem os publicitários, também está na pauta do dia. Isso no que tange não só as agências de publicidade, como também as de eventos, marketing direto, merchandising, promoção, relações públicas e anunciantes. "Vivemos em um mundo capitalista. É preciso pensar como capitalista para preservarmos o nosso mercado. Temos que ter medidas protecionistas para o setor ter condições de competir com outros mercados", afirma Guanaes.

Outros assuntos abordados durante o congresso serão o futuro da publicidade e como o mercado absorverá os inúmeros estudantes formados a cada ano. Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 2006 foram registradas 466 instituições de ensino superior de alguma forma têm a comunicação como disciplina. Foram 22.659 matrículas em instituições públicas e 181.865 em privadas.

Se o IV Congresso Brasileiro de Publicidade resultará em mudanças reais para o mercado publicitário brasileiro, ainda é uma incógnita. Mas certamente será uma oportunidade para se discutir o que aconteceu nos últimos 30 anos, as transformações pelas quais o setor atravessa e, principalmente, as próximas tendências para o mercado publicitário brasileiro.

Fonte: Gazeta Mercantil

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