
Cada vez mais transparente em suas relações com o mercado, a TV Globo realizou novamente este ano um encontro entre seus principais executivos e a imprensa para troca de informações não apenas sobre a programação de 2008, mas também sobre sua filosofia e postura competitiva, reforçando seu compromisso de manter altos investimentos em sua estrutura e conteúdos oferecidos aos telespectadores no Brasil e aos 500 mil assinantes da Globo Internacional. A qualidade do evento, organizado no Grand Hyatt de São Paulo, repetiu o padrão de 2007, com sala de convenções lotada pelos convidados e dinâmica invejável de uma apresentação a outra. Se para alguns dos presentes, a emoção maior eram os números, apesar de sua inerente frieza, Anco Saraiva, diretor da Central Globo de Marketing, não deixou por menos ao exibir os índices e gráficos comprobatórios da liderança absoluta da rede no País. Se para outros, o melhor da história é a paixão pela arte, Hans Donner não faltou ao dever ao expor, com forte carga emotiva, a nova identidade visual da Globo, cuja última reformulação aconteceu em 2005.
Em todas as faixas de horário, considerando-se todos os gêneros de programas (reality shows, novelas, jornalismo, humor etc.), em todas as classes sociais, em todas as faixas etárias de homens e mulheres, a TV Globo permanece no topo dos resultados de pesquisas de audiência, posicionando-se de três a quatro vezes mais eficiente que a segunda emissora do ranking em volume de GRP no target. Em termos de alcance, um dos exemplos de Anco Saraiva mostra que sete inserções na TV Globo atingem 70% de cobertura net , enquanto a “emissora B” só chega a 61% a partir de 52 inserções.
Embora muitos “profetas” deste e do século passado tenham insistido na “morte” da televisão como meio de transmissão de entretenimento e informação, não há no Brasil realidade compatível com tais projeções, conforme demonstrou Anco Saraiva ao destacar que, em média, o brasileiro assistiu 4 horas e 40 minutos de TV ao dia em 2007, tempo que sustenta em ascensão a curva de crescimento da exposição da população ao meio – em 2001, a média era de 4 horas e 15 minutos; em 2006, a média foi de 4 horas e 39 minutos. Brasileiro ama assistir TV, principalmente a TV Globo, já que os olhares dos telespectadores permanecem com ela conectados pela telinha cerca de 2 horas e 24 minutos ao dia.
Assim como vão muito bem – obrigado, acrescenta a diretoria da TV Globo – os números de audiência em todas as suas faixas de horário, apesar dos esporádicos avanços de concorrentes, conforme testemunharam os gráficos na coletiva de imprensa, também prossegue a todo vapor o planejamento de trabalho para expansão geográfica das transmissões em alta definição. Hoje, são exibidas em HDTV diversas atrações globais, como Tela quente, Temperatura máxima, Domingo maior, Futebol, novela das oito, A grande família, alguns quadros do Fantástico, na região de São Paulo. No fim de abril, as imagens em high definition da Globo chegam a Belo Horizonte; em maio, ao Rio de Janeiro, no primeiro semestre de 2009, a Brasília. Em paralelo, continuam os investimentos nas produções em alta definição: quatro dos seis estúdios de gravação projetados já estão em funcionamento e a CPP – Central de Pós-Produção do Projac está sendo duplicada, para englobar 100 ilhas de edição, como relatou, no evento, Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia.
Por sua vez, Carlos Henrique Schroder não poderia estar mais seguro diante do cumprimento de suas tarefas como diretor da Central Globo de Jornalismo. São 731 equipes nas ruas, diariamente, mais 12 correspondentes internacionais. E não vai faltar cacife, ao longo do ano, para que a TV Globo faça a maior e melhor cobertura da eleição presidencial norte-americana, das eleições municipais no Brasil, das Olimpíadas de 2008 e do Mundial de Vôlei de Praia (gerando transmissão para o mundo todo). Sob a sua supervisão, entre os grandes projetos do ano, ainda se destacam A Corte no Brasil 200 anos e 100 anos da imigração japonesa.
Schroder festeja, em seu campo de ação, o cenário mais arrojado recebido pelo Globo esporte, a entrada na grade do Profissão repórter com periodicidade mensal e as comemorações do aniversário de 35 anos do Globo repórter, mais uma atração que passará a ser produzida em alta definição em breve, juntamente com o SPTV e o SPTVII.
Neste 31 de abril, estréia a nova programação, trazendo de volta sucessos consagrados da Globo, como pontuou Roberto Buzzoni, diretor da Central Globo de Programação: às terças-feiras, Casseta e planeta urgente e Toma lá dá cá; às quintas, A grande família (em HDTV), seguida do novo Casos e acasos; às sextas, logo após Globo repórter, o já anunciado Dicas de um sedutor; aos domingos, finalizado o Fantástico, o estreante Faça sua história.
Ainda demora um pouquinho, mas também vem aí Guerra e paz, uma série cujos episódios consomem, cada um, uma semana de gravação; e, em agosto, mais um fazer-bem-feito da linha Quadrante, do diretor Luiz Fernando Carvalho, que este ano entrega-se à poética misteriosa de Capitu, adaptação, em formato de microssérie, de Dom Casmurro, de Machado de Assis. Tem mais: Ó, pai, ó, série em co-produção com a Dueto; ainda em sigilo, uma série em co-produção com a O2; e a série Tropa de elite, com previsão de exibição no segundo semestre de 2009.
Saudade da Xuxa? Ela volta talvez em maio, talvez em junho, com a TV Xuxa, nas manhãs de sábado, protagonizando um programa de auditório com atrações para toda a família. As tramas das seis, das sete e das oito estarão, do mesmo modo, atreladas ao conceito familiar, respectivamente sob os títulos Ciranda de pedra, Três irmãs e... Octávio Florisbal, diretor-geral da TV Globo, não quis contar qual será o título da novela de João Emanuel Carneiro, que estréia em junho, com Cláudia Raia e Patrícia Pillar no elenco.
Para que o Q de qualidade da Globo não se intimide em meio a tantas produções, mais 100 milhões de dólares estarão sendo investidos, ao longo de 2008, em recursos tecnológicos, inclusive objetivando a integração das diversas plataformas de comunicação disponíveis no contexto digital, como salientou Florisbal, ávido por acelerar, simultaneamente, a expansão da base de assinantes da Globo Internacional.
De um lado, a planilha de gastos; do outro, a receita, com Florisbal de olho na performance do setor publicitário brasileiro, ao qual imputa a projeção de 8% de crescimento em seus volumes de negócios este ano, índice que, obviamente, será o mesmo do crescimento do faturamento da TV Globo, em parelha com o índice nominal de crescimento do PIB (inflação mais crescimento real do PIB).
“Liderança responsável é conseqüência de um trabalho diário que prioriza o respeito aos consumidores e almeja contribuir para o desenvolvimento sociocultural do Brasil”, assevera Florisbal, presenteando os telespectadores “enrolados” com os horários disponíveis para assistir TV com a reexibição nos canais pagos GNT e Multishow de excelentes produções da TV Globo, como Programa do Jô, Som Brasil, Os normais e Altas horas. Nessa estrada de mão-dupla, o diretor-geral da TV Globo não descarta vantagens para os bolsos dos anunciantes: “Talvez possamos pensar em uma boa proposta para aqueles anunciantes que quiserem patrocinar essas atrações tanto na TV aberta como na TV por assinatura”.
Fonte: Portal da Propaganda